07/05/2010

Praia e Planos

Estou aqui, na beira da praia, tentando escrever algo. Desde criança penso que os grandes textos são criados em locais onde só a natureza fala mais alto que a mente. Me enganei, não consigo pensar em nada relevante. Pra falar a verdade, nem em besteira que vire assunto.


Tem muitas outras coisas que eu pensava. Sabe os vendedores da praia, aqueles que passam dizendo: - Olha o queijinho. Um é três, dois é cinco. – Olha a canga. – olha o camarão, tem frango também. Eles não trabalham para si, como eu acreditava. São empregados. Eles trabalham para outras pessoas. E estas pessoas, por sua vez, têm dezenas de outras pessoas vendendo para elas. Essa descoberta desestabilizou minhas bases.


Sempre achei que se ficasse desempregada poderia mudar para a praia e vender bijuterias e escrever todos os finais de tarde. Então em um único final de semana todo o meu plano B para o futuro foi por água abaixo.


As pessoas vivem fazendo planos. Planejam o que comprar, a onde ir, o que falar, no que trabalhar e como envelhecer. E, de repente, tudo se vai, em um segundo se desfaz igual vapor no ar. Deixam apenas a frustração.


E sem um plano ficamos sem rumo. Bem ao modo daquele ditado que diz que o vento não sopra a favor de quem não sabe pra onde ir.

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