29/01/2010

Lenga lenga do coração

Esse Chico Buarque, vou te dizer, vive antecipando meus sentimentos. Hoje por exemplo, me caberia perfeitamente a música ‘há dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu. A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mais eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá”.

Como dói perder o controle. O carro bateu e lá se foi o planejamento financeiro; Alguém em casa ficou doente, também acabaram-se os planos de ir morar sozinha; Pós??? foi embora junto com o planejamento financeiro; E o coração, este é bom nem lembrar.

Até um certo dia você tem certeza que o dominou, que agora só se envolve com pessoas que te façam bem em um jogo no qual você dá as cartas. E eis que aparece um sedutor cafageste de 1,9 metros, falando manso e vai te levando no ‘bico’. Cabou-se todo auto-controle e aí vem aquela lenga-lenga de não vou atender o telefone, ele não gosta de mim, isso não vai dar certo. Mas quem disse que o bandido do coração ouve. Ele quase sai pela boca e faz questão de deixar bem claro que quem manda é ele.

Então o mundo que estava tão pequeno por ficar sob seu domínio cresce, cresce e cresce. Mas cresce tanto que você não vê mais seus portos seguros. Se sente um barquinho de papel sem âncora em uma tempestade. Num sabe se volta pra trás, pro lugar conhecido, mas tedioso. Ou se vai pra frente, em busca de um novo porto que pode não chegar, isso encarando a tempestade.

A hesitação entre o partir para um novo momento ou ficar no antigo é uma forma de controlar o destino. Você pode escolher pelo igual ou o diferente e nada mais, se bem que isso é tão pouco que não podemos chamar de controle, acho que apenas de opção.

Enfim, é o Chico me antecipando a mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário